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II Encuentro de Archivos de Asociaciones/ II Encontro de Arquivos de Associações de Cultura, Recreio e Desporto

Nos dias 10 e 11 de maio decorre em Portugal o II Encontro Nacional de Arquivos associativos, organizado pelo DGLAB, com o diretor do Arquivo de Torre do Tombo como líder, Pedro Penteado. No dia 10 decorre online (inscrição aqui ) e no dia 11 em formato presencial, no Museu de Cerâmica de Sacavém, Loures.

A organização DGLAB resume os seguintes princípios do encontro:

«O II Encontro Nacional de Arquivos de Associações de Cultura, Recreio e Desporto, sob o mote Desafios da memória arquivística, realiza-se no momento em que ocorrem as Comemorações dos 50 anos do 25 de abril de 1974. Os arquivos e o património arquivístico das coletividades, tanto do passado como aqueles que estão hoje a ser constituídos, apresentam vários desafios de gestão, preservação e divulgação, decorrentes dos múltiplos constrangimentos da vida destas associações e da diversidade de suportes e de meios em que a informação é produzida e difundida, entre outros fatores.

«A salvaguarda e a valorização dos arquivos destas associações, grande parte delas criadas após abril de 1974, são uma responsabilidade partilhada entre as coletividades e os seus associados, mas também entre entidades públicas e privadas e os cidadãos. A sustentabilidade destes arquivos, a sua continuidade como lugar de prova, conhecimento e memória, dependem da ação de todos os interessados no movimento associativo e da sociedade em geral. Por este motivo, tratar, preservar, divulgar e reutilizar esta informação única, de forma estruturada e sustentável, serão alguns dos principais desafios que serão debatidos neste Encontro.»

  • Principais temas tratados nas comunicações do Encontro:
  • A importância dos arquivos das associações de Cultura, Recreio e Desporto para o conhecimento da sua História e das comunidades locais antes de Abril de 1974;
  • Os diagnósticos (organizacionais, concelhios, nacionais, etc) à situação dos arquivos destas associações e eventuais definições de estratégia ou soluções para os problemas identificados;
  • Os casos de sucesso na constituição e reconstituição dos arquivos e do património arquivístico, incluindo soluções que passem pela criação de arquivos orais;
  • Os estudos de caso que permitam destacar boas práticas de tratamento dos arquivos das associações (descrição, avaliação, digitalização, etc);
  • A experiências sobre as diversas formas de difusão dos arquivos (exposições, publicações, sites web, etc);
  • Os projetos de arquivos de comunidades que valorizem património arquivístico das associações;
  • A produção de estudos de História e de outras áreas das Ciências Sociais com base nos arquivos;
  • A situação atual das associações e as estratégias para garantir a sustentabilidade dos seus arquivos;
  • As parcerias desenvolvidas para guarda, tratamento, divulgação e exploração dos arquivos;
  • As iniciativas de entidades públicas (ex. arquivos municipais) e privadas para proteger e valorizar estes arquivos, incluindo trabalho colaborativo e em rede;
  • Os casos de abordagens integradas do património cultural das associações (arquivos, bibliotecas e museus).

Os objetivos do II Encontro Nacional de Arquivos de Associações de Cultura, Recreio e Desporto, são:

1. Obter um maior conhecimento dos arquivos e do património arquivístico das associações de Cultura, Recreio e Desporto (ACRD), antes e depois do 25 de Abril de 1974;

2. Compreender as lacunas desses arquivos, as suas causas e analisar como se podem prevenir e contornar essas limitações;

3. Conhecer boas práticas e experiências de salvaguarda e valorização da memória arquivística;

4. Conhecer e debater o modo como se pode potenciar o uso e exploração do património arquivístico;

5. Apresentar e debater as vias para a sustentabilidade dos arquivos das ACRD;

6. Identificar os principais desafios que se colocam a estes arquivos no momento em que se comemoram os 50 anos do 25 de abril de 1974.

Comissão organizadora:

  • Representantes da Direção Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), Câmara Municipal de Loures, Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD), Rede de Arquivos da Região de Leiria (RARL), Câmara Municipal de Albergaria-a-Velha, Câmara Municipal de Almada, Câmara Municipal de Cascais e Câmara Municipal de Sines.

Comissão científica:

  • Joana Dias Pereira,
  • Maria Zozaya-Montes,
  • Sandra Patrício,
  • João Miguel Henriques
  • Pedro Penteado.
  • Consulte los CV de la comisión científica o los resúmenes, aquí.

Programa: 

DIA 10 de MAIO (ONLINE)

14:00. Abertura da sessão online
Silvestre Lacerda (DGLAB)
Paula Marreiros (CM Loures).


14:15. Conferência de abertura:
Joana Dias Pereira (UNL – IHC)
Contributos para a história do associativismo popular na longa duração.


15:00.  Debate
Moderação: Jorge Afonso (CM Loures).

15:15. Painel 1 – Arquivos e seus contributos para a História das Associações.
Cidália Ferreira, Ana Graça, Ana Vassalo.
A gestão e preservação dos processos das associações nos fundos dos governos civis (1835 – 2011).

Tânia Rodrigues, Joaquim Botinas Fernandes.
A importância do arquivo da Casa do Povo do Concelho de Olhão para o
conhecimento da comunidade local, no âmbito do Projeto Archinedd – the architecture of nedd community facilities in Portugal (1945 – 1985)

Artur Martins
Importância dos arquivos na História Local: Grupo Desportivo e Cultural de SeiçaOurém (1971 – 2021) 
16:00
Pausa.


16:15.
Kevin Carreira Soares
As associações, a democratização da sociedade e os arquivos em Porto de Mós.


Ana Graça, Ana Vassalo, Cidália Ferreira 
Associações – Os governos civis e o 25 de Abril na liberdade associativa.
16:45.


Debate.
Moderação: Maria Zozaya Montes (U. Évora)
17:00
Lançamento de orientações técnicas.


Pedro Penteado (DGLAB)
1. Guia de boas práticas para os arquivos das associações de Cultura, Recreio e Desporto.
2. Gestão de documentos de uso não corrente (Arquivo histórico)
17:30
Encerramento sessã do dia 10
Otília Rosado (CM Almada)
Graciete Ramalheiro (CM Loures)

DIA 11 de MAIO

9:00
Receção
9:30
Abertura
Nuno Dias, Vereador (CM Loures), Pedro
Penteado (DGLAB), Joaquim Escoval
(CPCCRD)
10:00
Painel 2 – O papel dos municípios na salvaguarda dos
arquivos de associações
Ana Carvalho, Miguel Afonso
Os inventários dos arquivos associativos da Marinha Grande de 1997: um ponto de partida.

Ângela Camolas, Alexandre Freitas
Recensear, redescobrir, recuperar, recolher documentos e memória. Projetos com a comunidade em Palmela.


10:30
Pausa – café
11:00
Carla Mónica de Carvalho Eiriz, José Manuel de Carvalho Pinto
Acordes do tempo: arquivos culturais e a memória das bandas filarmónicas do concelho de Vila Real.

José Militão da Silva
As associações culturais e desportivas no concelho de Monforte: diagnóstico da produção documental, sua preservação e
perspetivas futuras Rede de Arquivos da Região de Leiria – RARL
Arquivos das associações de Cultura, Recreio e Desporto: um projeto em construção pela Rede de Arquivos da Região de Leiria.


Jorge Janeiro, Maria do Rosário Silva Alves Piteira Martins
Projeto de salvaguarda dos arquivos para preservar a memória das práticas associativas na cidade de Évora.


12:00
Debate
Moderação: João Miguel Henriques
(CM Cascais)
12:30
Almoço livre
14:00
Painel 3 – Tratamento de arquivos de associações
Sofia Diogo
O sistema de arquivo da Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto: diagnóstico e recomendações de melhoria

João Paulo Carreteiro
Arquivo Histórico do Comité Olímpico de Portugal (2020 -2021).


Susana Sofia Cunha
Acesso e divulgação online das coleções de fotografia: a coleção fotográfica da Sociedade Harmonia Eborense.


Rute Moura, Otília Rosado, Vera Correia,
Margarida Rodrigues

Fotografias que falam: contributos da comunidade para a descrição de fotografias das coletividades almadenses (1960 – 1990).


15:00
Debate
Moderação: Maria José Fidalgo (DGLAB)
15:30
Pausa café
16:00
Mesa-redonda: Desafios da memória arquivística.


Participação:

Artur Martins (CPCCRD),


João Henriques (CM Cascais),

Maria Zozaya Montes (U. Évora),

Pedro Penteado (DGLAB)


Moderação: Sandra Patrício (CM Sines)

17:15
Sessão de encerramento
Catarina Guimarães (DGLAB)
Sónia Paixão, Vice-Presidente (CM Loures)

ATIVIDADES PARALELAS, 11 MAIO
O encontro, dia 11 de maio, no Museu da Cerâmica de Sacavém, conta com as seguintes atividades paralelas:
I-Exposição Um século de Portugal, organizada no âmbito das comemorações do centenário da Confederação Portuguesa das
Coletividades de Cultura, Recreio e Desporto (CPCCRD).


II-Exibição do documentário “Os patrimónios da sociabilidade. As associações em Évora (Maria Zozaya-Montes).


III Exibição da banda de música da Academia Musical Recreativa de Sacavém (17:30).

Créditos:

La participación de María Zozaya-Montes se integra en las actividades realizadas bajo su contrato y proyecto de la FCT de la República de Portugal, recogido en el DOI: 10.54499/DL57/2016/CP1372/CT0010

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia. Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/). Ver más: https://socyhume.hypotheses.org/ y https://corporativo.hypotheses.org/

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Teatro asociativo: la SHE invita al Círculo Eborense a asistir a su función (1902)

Por María Zozaya
Las asociaciones de la elite europea dominaron gran parte de la sociabilidad cotidiana entre 1830 y 1910. Entre sus actividades se encontraba el  organizar saraos para reunir en sus salas a lo más granado de la sociedad.

Por ello,  dentro de los variados documentos que rescatamos del archivo privado del Círculo Eborense -con el proyecto Gulbenkian sobre “La sociabilidad alentejana“-, hemos elegido destacar uno muy representativo de los eventos de alta cultura que se llegaban a organizar en el marco de una asociación burguesa: una invitación a una opereta lírica. Este documento al uso, aparentemente inocuo, es posible contextualizarlo gracias a los estudios que vengo realizando desde años atrás sobre la cultura material  de las asociaciones evorenses (1).

Alusión simbólica al Gato Vermelho, que regaló el fotógrafo R. Santos a sus colegas creadores de la pieza tras su triunfo en 1902, Sociedade Harmonia Eborense.

Se trata de la pieza cómica “El gato rojo”, escrita en 1902

por Alfredo Pico, con música de Ernesto Rio de Carvallo, y dirigida por el maestro Marcolino Silva. Los tres eran miembros activos de la Sociedad Harmonia Eborense, lo mismo que su director Marcolino Silva, por lo que estuvo muy vinculada a la asociación. El hecho de que escribiesen y llevasen a cabo una opereta cómica en el 1900, puede hablarnos del máximo momento de esplendor de este círculo fundado en 1849.

Igualmente, esta pieza dió al círculo cierta representación y proyección en la ciudad, una vez que la pieza fuese representada por primera vez en el Teatro Garcia de Rezende de Évora con gran éxito en 1902. Incluso se intentó llevar a Lisboa, para ser interpretada por actores de relevancia, y en la ciudad alentejana fue repuesta con cierta continuidad, pasando a formar parte del repertorio colectivo de Évora. Buena muestra de los inicios de esta pieza es el documento que aqui presentamos, aparecido en el Círculo Eborense en 1902, de invitación a asistir a la misma y participar en el estreno. Es muy posible que sucediera lo mismo en otras asociaciones de la ciudad, y que en sus archivos cuenten con documentos equivalentes de invitaciones a asistir a esta magnífica representación de la cultura alentejana, pero habrá que esperar a que salgan a la luz sus archivos para comprobarlo.

A continuación recogemos la transcripción del documento en el cual Ernesto de Carvalho invitaba a los miembros del círculo Eborense a asistir a la pieza (2), con el tratamiento simbólico de excelencia que correspondía al más elevado de aquella ciudad, y con la dedicatoria a la orquesta del círculo. Probablemente estas notas se entonaban siempre con el objetivo de conseguir la protección económica del club más aristocrático de la ciudad, para propiciar con ella la máxima asistencia de socios al mejor teatro a la italiana del Alentejo, donde se celebraba por vez primera.

La Sociedad Harmonia era compuesta por la alta burguesía, que se podía permitir los medios propios de recordar e inmortalizar aquel evento entre la sociedad acomodada.

El fotógrafo R. Santos inmortalizó a autores destacados, realizando un collage donde aparecía el famoso gato rojo, collage que en el siglo XXI iba a servir de portada para un libro de Fotografias de la Sociedad Harmonia Eborense (3), por lo que dicha pieza teatral ha permanecido históricamente muy unida a dicha entidad en un plano simbólico, aunque lamentablemente haya caído en absoluto desconocimiento hoy en día.

Para evitar dicho olvido, Maria Zozaya consiguió recuperar esta pieza, tanto por aquellos motivos asociativos como por lo representativo que considera que es para la historia del Alentejo, organizando un ensayo de lectura dramatizada con elementos activos en la cultura de la ciudad de Évora, con música reconstruida por Antonio Beixiga.

Según las investigaciones en curso de Maria Zozaya esta opereta era absolutamente representativa del entorno social rural idealizado por la burguesía (4). Mezclaba la ópera cómica de origen francés con la zarzuela española, que fueron géneros musicales satíricos que tuvieron gran éxito en la Évora del 1900. Esta obra se adapta perfectamente a los perfiles de las necesidades sociales del burgués, donde tamiza muchas realidades a través del género cómico, y se funde con el teatro costumbrista que le acerca a las clases populares, lo que fue clave para su éxito para su representación artística en el marco de esta ciudad de perfil económico rural. La pieza refleja las inquietudes socio políticas y deja traslucir las relaciones de clase patrón-criado, así como los conflictos sociales y la necesidad de construir identidades de género propias de la época (5).

Notas 

(1) Todas las cuestiones de historia social que integran la pieza en el entorno alentejano fueron analizadas por María Zozaya en sendas conferencias impartidas en la sección “El objeto del mes” de la Sociedade Harmonia el 5 de abril y el 21 de abril antes de la lectura dramatizada de diversos actores (João Sergio Palma, Diogo Douro), socios (Susana Jiménez) y profesores (Fernando Branco, José Rodrigues dos Santos), con música de To Zé (Antonio Beixiga).

(2) Documento transcrito por David Batista en el marco del proyecto de recuperación del Archivo del Círculo Eborense. Haga click aquí para bajar la carta de invitación en formato Pdf:  SociabilidadyElites_TranscipcionDavidBatista_Gato Vermelho (1)

(3) VVAA . A Coleção Fotográfica da Sociedade Harmonia Eborense, Évora, Camara Municipal de Évora, 2011.

(4) Zozaya, María, “De la sociabilidad festiva local al mundo asociativo internacional. Évora-Madrid, 1789-1929″, VIII Symposium de historia de Bilbao, 2013; Igualmente: “¿Ocio amurallado? El paso de la sociabilidad local al mundo asociativo internacional. Dos casos comparados: Évora-Madrid, 1789-1929”, Bidebarrieta, 2014, 25.  ISSN : 1137-4888.

(5) María Zozaya, Identidades en Juego, Madrid, S. XXI, 2016.

Sugerencia de cita de esta entrada:

María Zozaya, “Teatro asociativo: la SHE invita al Círculo Eborense a asistir a su función (1902)” , Sociabiliad y Élites, ISSN 2444-8052, 20-8-2017. https://sociabilidad.hypotheses.org/1278

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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Os estatutos do primer Circulo Eborense (1836-1849)

O projeto da Gulbenkian A sociabilidade Alentejana nos documentos” para resgatar o arquivo do clube masculino principal de Évora no século XIX , volta a apresentar um documento em destaque.

O documento que ora é apresentado corresponde a transcrição integral de uma edição dos primitivos estatutos , edição impressa no ano de 1849 pela tipografia de F. X de Sousa. De 1836 data a fundação da Associação do Círculo Eborense, com aprovação régia no dia 9 de Janeiro de 1837 [1]

Estes merecem-nos particular evidência por corresponderem “a primeira associação voluntária de natureza cultural e recreativa que se fundou em Évora[2]” após o movimento do Liberalismo Português que foi responsável pelas alterações das condições legais e institucionais que permitiram o desenvolvimento e progresso de diversos movimentos associativos, a partir de meados do século XIX, em todo o território nacional.

Em 1836 em Espanha e Portugal, impunha-se ao -inexistente- direito de associação [3] a necesidade de aprovação de estatutos pelo governo. Neles se obrigavam ao cumprimento de alguns requisitos e condições legais, nomeadamente as informações sobre os objectivos da associação, as actividades previstas, as disposições relativas aos direitos e obrigações dos sócios bem como as competências dos diferentes órgãos que garantiam o se funcionamento.

Desde a sua fundação até a actualidade, a Associação do Círculo Eborense sofreu oficialmente quatro reformas estatutárias.

Em todas elas verificaram-se pequenas alterações, particularmente nos artigos relativos a constituição e eleição dos membros directivos, durabilidade da administração e categorias de sócios. Foram estes os aspectos que mais se destacavam quando se procedia a examinação e discussão dos estatutos nas Assembleias-gerais para a sua reforma.

Para descarregar em Pdf, faça click aqui: Primeros estatutos do  CirculoEborense .

Referencias citadas:

[1] ACE. Estatutos, 1837-1993, Cx.004/mç.023/cap.001

[2]BERNARDO, Maria Ana, Sociabilidade e Distinção em Évora no Século XIX. Lisboa: Edição Cosmos, 2001, p.  89

[3] ZOZAYA, Maria, El Casino de Madrid, orígenes y primera andadura, 1836-1860. Madrid: Casino de Madrid, 2002, pp. 116-120.

Sugestão de cita:

David Batista, “Os Estatutos do primer Circulo Eborense”, Sociabiliad y Élites, ISSN 2444-8052, 20-8-2017.

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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O “Inventário” de 1858 do Circulo Eborense

O atual documento em destaque foi produzido por uma determinação constante nos próprios Estatutos da Sociedade do Círculo Eborense.

Segundo estes, competia à Direcção cessante “entregar por inventário todos os objectos pertencentes à associação” à nova administração, saída de eleições que para o efeito se realizavam.

Este “inventário” é importante porque nos permite conhecer a documentação que foi sendo acumulada pelo Círculo desde a sua fundação (1836) até ao momento em que foi feito o levantamento (1858). 

Encontra-se exarado no Livro de Actas da Direcção (1856 a 1923), “pela própria letra do [seu] Secretário”. Da ata era extraída uma “cópia fiel para o mordomo assignar como responsável dos objectos a seu cargo”, que depois era guardada no “archivo da Sociedade” .

Depois de fazer o levantamento e descrição do arquivo, verificamos que a maioria dos elementos referenciados no inventário chegaram até os nossos dias,

somente faltando dois livros de actas da Assembleia-geral e de eleições, um maço de estatutos impressos, um maço de cartas impressa para convites, um maço de cartões de convites e os inventários de 1840 e 1855.

Apresenta-se agora a transcrição do inventário” que, no âmbito do projeto, é documento em destaque ( ACE. Livro de actas, 1856-1923, Cx.31, nº181, fls.5-8v)

«[fl.4v] No dia 12 de Março, estando reunida a Direcção/ para verificar a exactidão do inventario que se/ acabava de fazer, foi por ella decedido que esta/va exacto; e assim tãobem que fosse elle aqui/ lançado pela própria letra do secretario da Direcção/ e que d’ aqui se extrahisse copia fiel para o mordomo/ assignar como responsável dos objectos a seu cargo, e/ [fl.5] assim mais que depois d’ambos assignados fossem/ guardados no archivo da sociedade.

Inventario dos objectos que existem/ e pertecem à Sociedade do Círculo Eborense no an/no de 1858 sendo directores António Joaquim da Silva e/ Sousa, Carlos Miguel da Cunha Vieira e Fortunato Fir/mo Maia – Índex = Archivo da casa de lei/tura a flas 2 = Trastes de madeira a flas 4 = Prata/ e diferentes metaes a flas 6 = Vidros a flas 8 = Louça a flas 9 =  Ropa a flas 10.

Quantidades Archivo da Casa de leitura
Hum livro de matricula geral de todos os sócios do/ Circulo Eborense desde Março de 1836 = e reformado: o primordial não apparece =/
Dous livros da actas das Assembleas geraes, e eleições,/ anno de 1836, outro de 1854/
Hum livro para as actas das Direcções que principiou/ em Abril de 1856
Quatro livros caixas da contabilidade = o quarto existe em poder/ do thesoureiro/
Hum livro pertencente a secção philarmonica que/ principiou em Março de 1852/
Hum livro para as Apresentações dos visitadores à casa da/ sociedade, que principiou em Maio de 1852/
Hum livro com o titulo lista mensal que teve principio em Julho/ de 1848/
Hum livro em qu’ estão relacionados os sócios que compõem o quadro/ do Circulo, e que são obrigados às prestações desde Julho de 1852 até julho de 1855/
Hum livro em branco com cincoenta folhas/
Setenta e cinco Diários do Governo encadernados, digo volumes/ encadernados desde Janeiro de 1819 ate Dezembro de 1857/
Hum volume da Gazeta do Governo 2º semestre de 1848 que é demais/
Nove volumes da Ilustração Francesa encadernados =/ aos semestres =/
[fl.5v] Quatro ditos por encadernar = aos semestres =/
Hum Volume encadernado com o titulo miscelania/
Hum Volume encadernado = Atlas Universal Histórico e/ geográfico de 1849/
Huma pasta grande com dez mapas/
Trez Pastas avulsas/
Dous Volumes brochados do Jornal da Sociedade Agri/cula do Porto dos annos de 1856 e 1857/
Cinco Volumes de tratados de jogos/
Hum masso de estatutos impressos/
Hum masso de cartões de convites/
Hum masso de cartas impressa para convites/
Hum masso de mapas grandes e pequenos para contas = em branco/
Hum masso de talões para a cobrança das prestações = e seus recibos/
Hum masso d’ escrituras d’ arrendamento e aforamento da casa da sociedade
Hum masso de recibos das rendas e foros da casa/
Hum masso de recibos das décimas/
Hum masso de cartas dos sócios e ofícios do governo civil =/ uma pasta
Hum masso de papeis de contas de Junho de 1838 a De/zembro de 1857 = alguns dos primeiros annos faltão-lhe/ e não tem documento = Os últimos são os mappas começados em/ Outubro de 1851 e um/
Trez escrivaninhas de metal amarelo/
huma escrivaninha de guta percha/
huma garrafa para tinta/
Huma faca de marfim para cortar papel/
Huma caixa de lata com uma marcação para chancellar os Pe/riodicos, livros e mais papeis da Sociedade/
Huma Urna e dous sacos de veludilho para as espheras das votações/
Dez Taboas para prender os periódicos/
Cinco Quadros para meter os mapas diários e mensaes/
Dous inventários; um de 1840 e outro de 1855»

 

Inventário do Circulo Eborense. ACE. Livro de actas, 1856-1923, Cx.31, nº181, fls.5-8v. Projeto Gulbenkian: A sociabilidade Alentejana nos documentos (1836-1975)

Sugerencia de cita:

David Batista, Maria Ana Bernardo, Maria Zozaya, «O “Inventário” de 1858 do Circulo Eborense», Sociabilidad y Élites, 2444-8052, 02-06-2017.

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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“Sociabilidade alentejana nos documentos”

O projeto ‘A sociabilidade alentejana nos documentos. Resgate e tratamento do arquivo do Circulo Eborense (1836-1976)’ é patrocinado pela Fundação Calouste Gulbenkian,

através do programa Qualificação das Novas Gerações, e pelo Centro Interdisciplinar de História Cultura e Sociedade, da Universidade de Évora (CIDEHUS-UÉ), com a equipa codirigida por Maria Ana Bernardo e María Zozaya (autora do projeto), conta com David Batista e Jorge Janeiro, diretor do Arquivo Distrital de Évora.

Imagen creada por Maria Zozaya para la conferencia encargada por Jorge Janeiro, Arquivos do bem publico ao privado.

Além das tarefas específicas relacionadas com a salvaguarda e inventariação do espólio arquivístico da Sociedade que chegou até aos dias de hoje, o projeto contempla uma vertente de disseminação que, nomeadamente, se concretiza pela disponibilização
online do que se convencionou designar como documento em destaque.

Considerou-se que poderiam ter destaque documentos ilustrativos de várias dimensões da vida da Sociedade: quotidianos; circunstâncias particularmente marcantes da mesma; atividades e medidas representativas da importância do Círculo na vida social e de sociabilidade eborense, ao longo da contemporaneidade (1836-1975). Os documentos são:

  1. Inventário do Circulo Eborense (1858). Ler mais>>

2. Os estatutos do primer Circulo Eborense (1849). Ler Mais »»

3. O convite para a peça musical “O Gato Vermelho (1902). Ler Mais»»

(Para ler a primeira versão espanhola:  faça click aqui)

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Sugerencia de cita:

David Batista, Maria Zozaya, Maria Ana Bernardo, «Sociabilidade alentejana nos documentos”, Sociabilidad y Élites, 2444-8052, 02-06-2017.

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
Ver más: https://socyhume.hypotheses.org/ y https://corporativo.hypotheses.org/

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El Círculo Eborense apoyado por la Gulbenkian (1836-2016)

El archivo de una asociación privada está siendo rescatado por una fundación gracias a la movilización conseguida desde una universidad pública.

Fondos públicos y bienes privados se unen con un único objetivo, el de rescatar los acervos documentales de una asociación que, aún de naturaleza societaria privada, custodia numerosa información relativa al pasado de una comunidad, en este caso de la élite alentejana, por sentar su sede en el corazón de Évora.

Imagen: fotos tomadas por María Zozaya en collage mostrando parte de los fondos del Círculo Eborense antes de reestructurar su archivo.

El Círculo Eborense consigue salvar sus fondos, que desde hacía décadas estaban en grave riesgo de perderse

Si bien parte de ellos ya son irrecuperables porque han sido tirados o quemados, desde 2017 está en marcha un proyecto ganador de una de las candidaturas de la Fundación Calouste Gulbenkian  para recuperar archivos privados. De manera pionera por tratarse de una asociación elitista privada excluyente, que normalmente no permite abrir sus fondos a entidades públicas, un equipo dedicado a la investigación de asociaciones desde el CIDEHUS-UÉ consiguió la colaboración entre las tres instituciones. El grupo dinamizado por María Zozaya y codirigido por María Ana Bernardo, con el trabajo esencial de David Batista y el apoyo asesor de Jorge Janeiro como director del Archivo Distrital de Évora, ha conseguido recuperar sus fondos para los años venideros.

“Libro de Matrícula”  limpio por anoxia, Círculo Eborense, proyecto Gulbenkian-CIDEHUS.

 

De esta manera está en marcha un proyecto que ha salvado, encontrado y rescatado numerosos documentos

Ha unificado las unidades archivísticas , ha limpiado los documentos de microorganismos por anoxia, ha organizado y descrito sus fondos (para lo que ha sido esencial David Batista) y reorganizado sus partituras (para lo que ha contado con la colaboración de Luis Henriques). Contando iempre con la colaboración del Círculo Eborense, su directiva y sus socios, que han sido conscientes del valor cultural patrimonial e identitario que custodian en sus fondos, han incluso conseguido encontrar libros que estaban perdidos.

 

En este blog se irán sacando a la luz y divulgando de manera novedosa algunos de los fondos ejemplares del acervo documental que esta asociación reúne, que es expresiva de la riqueza asociativa portuguesa, y un claro reflejo de la cohesión social que generó a lo largo del siglo XIX y XX.

Además de los escritos referentes al archivo, están publicados:

  1. El inventario del Circulo Eborense (1858). Leer más>>

2. Los estatutos iniciales del Circulo Eborense (1849). Leer Más »»

3. La invitación a la pieza musical “O Gato Vermelho” (1902). Leer Más»

 

Citar esta entrada :

M. Zozaya,  D. Batista,  M. Ana Bernardo, «El Circulo Eborense apoyado por la Gulbenkian, 1836-2016», Sociabilidad y Élites, ISSN: 2444-8052; 23-05-2016, https://sociabilidad.hypotheses.org/1109

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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La llave de la asociación (archivos del bien privado al público)

Por María Zozaya
Entre el 28 y el 30 de noviembre el Archivo Distrital de Évora ha celebrado el centenario de su creación en 1906.

Por iniciativa de Jorge Janeiro junto el personal del ADÉ, el encuentro ha congregado a múltiples especialistas en temática archivística, así como a los principales directores de diversas instituciones encargadas de la custodia y mantenimiento de archivos públicos o privados portugueses.

Entre las intervenciones de estos dias, lideradas por Jorge Janeiro,  se contaron las conferencias de: Rui Carretero sobre la Fundación de la familia Eugenio de Almeida (FEA); Teresa Batista y Paula Mendes para mapear procesos históricos (Story Maps), en este caso del distrito de Évora (CIMAC); Idalete Lebre sobre el archivo de la reforma Agraria de Montemor-o-Novo (CDARA);Marta Páscoa sobre el archivo histórico de la Casa de Braganza (FCB);  Ana Prates sobre las posibilidades de financiamiento para conservar archivos por Alentejo 2020 (CCDR);  Antonia Fialho sobre la recuperación musical Orfeus;  Fatima Farrica sobre los archivos de Viana do Alentejo; Maria Rosario Martins sobre la memoria del Arquivo Municipal Eborense; Rita Nunes sobre el Arquivo del Comité Olímpico de Portugal (COP); o  Luis Santos sobre las oportunidades de la administración local para el financiamiento comunitario (DGLAB). Tales intervenciones son algunas de las muestras del encuentro programado por el ADE, de gran interés sobre el estado de la archivística en Portugal.

diapositivo1Puede bajarse el programa completo del ADE en PdF aqui

La sesión del 30 de noviembre estuvo dedicada a los retos que afectan a los archivos privados gestionados por el bien público (“Os desafíos dos arquivos da sociedade civil;  a iniciativa privada”). Dos intervenciones que conciernen particularmente a la temática asociativa se centraron en el papel de la gestión actual de las asociaciones privadas. Primero, Pedro Penteado (Arquivo de Torre do Tombo) se centró en  la red DGLAB para proteger archivos asociativos de Portugal, que explicó cómo ha sido la via para valorar las amenazas y necesidades de los archivos de las principales asociaciones de Portugal. Segundo, María Zozaya (FCT-CIDEHUS) presentó su análisis titulado «Papeles privados como bienes públicos. La supervivencia de los asociativos: los archivos de la Sociedade Harmonia Eborense y del Círculo Eborense (S. XIX a XXI)»

La investigación de María Zozaya estuvo de nuevo inserta en el campo intermedio que afecta al ámbito público y privado. En ella analizó el papel de entidades públicas cuando en la actualidad intentan rescatar y conservar los archivos de asociaciones privadas masculinas, que nacieron en el marco del liberalismo constitucional europeo. Se ha centrado  en dos círculos alentejanos que considera ejemplares por su significación en el pasado y por el tratamiento de su archivo desde el siglo XXI. Primero, el Círculo Eborense (=CE), espacio creado en 1836 por la élite conservadora. Segundo, el archivo de la Sociedade Harmonia Eborense (=SHE), fundada en 1849 por los grupos republicanos de la élite.

CE_SHE_AFE_ZozayaFuente: María Zozaya, mezcla de imágenes (SHE: AFE; CE).

Zozaya se ha centrado en dos tipos de acciones movilizadas para rescatarlos desde entidades científicas de gestión pública, con el objetivo de salvaguardar para la sociedad el valioso legado de estos archivos privados. Primero, hace prácticamente un lustro, por iniciativa de varios de sus socios, las imágenes fueron entregadas en tenencia al Archivo Fotográfico de la Ciudad, y después los documentos de la SHE fueron entregados al Arquivo Distrital para su custodia y descripción durante 30 años. Segundo, los documentos del Círculo Eborense recientemente están siendo recuperados, desinfectados y descritos gracias a un proyecto movilizado desde el CIDEHUS por un equipo compuesto por Maria Ana Bernardo, David Batista y María Zozaya, con el apoyo de Jorge Janeiro (ADE), la participación esencial en el plano económico de la Fundación Calouste Gulbenkian.

En su ponencia, Zozaya analiza cómo el objetivo de rescatar una historia de comunidades basadas en la sociabilidad privada ha movilizado a especialistas que trabajan para el ámbito público.

De este modo, cuando se consigue la llave simbólica para entrar en el archivo de una asociación y se intenta recuperarlo para el bien común, se revalorizan los documentos generados y custodiados por organizaciones que se encontraban en espacios de sociabilidad privados. Al tratarse de círculos asociativos de naturaleza colectiva -normalmente masculinos-, se complica la toma de decisiones sobre su destino, y hay que valorar cautelosamente los riesgos de la inversión en este patrimonio comunitario. En la mayoría de los casos en que se resuelve la necesidad de intervenir esos archivos en pleno siglo XXI -muy lejos de la antigua pujanza de estas asociaciones-, se reconoce que la vinculación con el patrimonio público es imprescindible para conservar definitivamente sus fuentes, ya lamentablemente muy mermadas.

she_cidehus_fotopropostamariazozaya1-1Puerta de entrada a la Sociedad Harmonia Eborense con el agujero de cerradura abierto. Foto: María Zozaya

Así, cuando se rescatan estos archivos gracias a especialistas interdisciplinares, se da un relevante paso para la Historia Social Contemporánea. Es una forma indirecta de reconocer en el siglo XXI el papel que estos círculos cumplieron desde el siglo XIX, al revalorizar la documentación que desde su creación generaron para el desenvolvimiento de la vida cotidiana del ciudadano. Al recuperar estos archivos se pasa a atraer para el bien público el contenido de espacios asociativos de naturaleza privada que custodiaron durante décadas la memoria colectiva. Para que este proceso sea posible, a mi juicio ha de incidirse en el papel de la confianza y de la colaboración, de la concienciación ciudadana, y en la consolidación de especialistas que sepan interpretar estas fuentes para escribir una verdadera historia colectividad en espacios de sociabilidad.

Citar esta entrada :

Maria Zozaya, «La llave de la asociación (archivos del bien privado al público)», en Sociabilidad y Élites, ISSN: 2444-8052; 30-11-2016, https://sociabilidad.hypotheses.org/1015.

Citar la conferencia (pronto subiremos el PPt):

Maria Zozaya, «Papeis privados são bens públicos: A sobrevivência dos espólios associativos: os arquivos da Sociedade Harmonia Eborense e do Círculo Eborense (séculos XIX a XXI)», em: Jorge Janeiro (Coord.), Colóquio comemorativo dos 100 anos do Arquivo Distrital de Évora,  Évora, UÉ, 30-11-2016.

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All rights reserved.

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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“Arquivos: caixotes do lixo identitário?” “Archivos, contenedores de basura identitaria?

El presente ensayo científico “Archivos: contenedores de la basura de la identidad?” está escrito por Jorge Janeiro. Es director del Archivo Distrital de Évora, que depende como otros distritales portugueses del Archivo Nacional de Torre do Tombo. Fue solicitado a raíz de unas reflexiones de Jorge Janeiro que la autora de este blog consideró de gran interés, pues habla sobre los casos en que los conceptos de “viejo” y de “basura” han sido aplicados a los documentos antiguos y han motivado la pérdida de gran acervo documental.
La versión en español está disponible tras el texto en portugués.   

*

“Arquivos: caixotes do lixo identitário?”

Por Jorge Janeiro

Diretor do Arquivo Distrital de Évora.

“Quando o espaço para armazenar os documentos velhos começa a escassear toma-se, não raras vezes, a trágica decisão de os mandar fora.

Decide-se larga-los no lixo ou vendê-los a peso para fábricas de reciclagem de papel sem que se tenha efetuado sequer uma avaliação do conteúdo. O rótulo de “velho” turva a consciência e legitima o ato de pôr de lado o que, inconscientemente, se considera inútil porque não tem valor legal, está ultrapassado ou se tornou ininteligível.

Felizmente que na Administração Pública, e pondo de parte eventuais falhas, se adotaram procedimentos legais para evitar que a eliminação fosse completamente arbitrária. Mas nos universos empresarial, associativo e religioso a liberdade de eliminar a documentação mantém-se quase por inteiro, podendo o Estado agir se considerar que um determinado fundo documental deve ser protegido.

Muito se perdeu, considerado lixo. Mas hoje há muitas instituições privadas demandando a sua identidade no que se considerava desperdício. O “lixo identitário” permite recuperar a história das coletividades da nossa região e, com isso, revelar aspetos menosprezados ou desconhecidos por todos nós. A história local e regional depende dos “restos” deixados por outros que chegaram até nós.

Assim, muito mais do que o potencial proporcionado pela reciclagem do papel, os documentos “velhos” ancoram a possibilidade de reconstituir as peças do “puzzle”, vislumbrando dados preciosos sobre a sociedade do passado. Neles residem informações sobre quem dirigiu e integrou as coletividades, sobre as suas atividades e quem nelas participou.

Através deles abrem-se janelas sobre a vida dos nossos avós e bisavós, resgatando-se tradições e memórias esquecidas ou perdidas que hoje podem ser recriadas e reinventadas.

Os arquivos assumem-se, portanto, como repositórios inesgotáveis de informação que fortalecem a nossa identidade e contribuem para o desenvolvimento regional e para a economia através da produção de conhecimento e de produtos culturais, que nos diferenciam num contexto em que o mundo se globaliza e uniformiza, atraindo visitantes.

No Arquivo Distrital de Évora temos fundos cujo destino era o lixo.

Temos outros que conservam apenas uma pequena fração do que existiu.

Foi possível evitar algumas perdas. É esse “lixo identitário” que serve de base a muitos estudos científicos que explicam boa parte da história dos monumentos do Distrito de Évora e das origens de muitos dos que aqui vivem e trabalham. É um lixo reciclado reutilizado todos os dias para os mais diversos fins de investigação científica e para fazer valer direitos.

Por isso, antes de mandar um papel para o lixo lembre-se de que esse papel pode vir a alimentar a sociedade do conhecimento e a dar trabalho a muita gente ou, simplesmente, desaparecer.

A escolha é sua.”

Jorge Janeiro

Jorge Janeiro nasceu em 1983 em Moura. É licenciado em História e mestre em Ciência da Informação pela Universidade Nova de Lisboa (FCSH-UNL) e detém o Curso de Estudos Avançados em Gestão Pública (CEAGP) pelo Instituto Nacional de Administração (INA) e o mestrado em Administração Pública pelo ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa. É atualmente Diretor do Arquivo Distrital de Évora.

Diapositivo2

Versión española (traducción de María Zozaya):

Archivos: Contenedores de basura identitaria?

Por Jorge Janeiro

Director del Archivo Distrital de Évora.

Cuando el espacio para almacenar los documentos viejos comienza a escasear, se toma -con frecuencia- la decisión de tirarlos. Se tiran los documentos a la basura o se venden al peso a las fábricas de reciclaje de papel sin que se haya revisado ni valorado su contenido. El rótulo de “viejo” aparece en la consciencia para legitimar el acto de separar lo que inconscientemente se considera inútil, sea porque no tiene valor legal, sea porque se piense que su contenido está ultrapasado, o sea porque ni siquiera se comprenda su significado.
Para que esto deje de suceder, felizmente, la administración pública ha ido dotándose -con irremediables defectos- de procedimientos legales para que la eliminación dejase de ser totalmente arbitraria y se hiciera cierto expurgo. Lamentablemente, en el universo empresarial, asociativo o religioso, se mantiene vigente la libertad de eliminar la documentación, y el Estado sólo puede actuar cuando considera que un fondo documental ha de ser protegido.
Mucho se ha perdido ya, por considerarlo basura. Sin embargo, hoy en día hay numerosas instituciones privadas que buscan y encuentran su identidad en lo que otrora se consideró desperdicio. Esa “basura identitaria” permite recuperar la historia de las colectividades de nuestra región y, con ello, revelar aspectos menospreciados o desconocidos por todos nosotros. La historia local y regional depende de los restos dejados por muchos otros que llegaron antes que nosotros.
Así, mucho más que lo que podría proporcionar el reciclado material de esos papeles, aparece un enorme potencial en sus contenidos. Los documentos considerados viejos encarnan la posibilidad de reconstruir las piezas del puzle histórico, permitiendo vislumbrar datos preciosos sobre la sociedad del pasado. En ellos se encuentran informaciones sobre quien dirigió e integró las colectividades, sobre sus actividades y sobre quién participó en ellas. A través de tales documentos se abren ventanas sobre la vida de nuestros bisabuelos, se rescatan tradiciones y memorias olvidadas o perdidas que hoy en día pueden ser recreadas o reinventadas.
Los archivos asumen, por tanto, el papel de ser los repositorios inagotables de información que fortalecen nuestra identidad. Asumen el papel de contribuir para el desenvolvimiento regional y de la economía a través de la producción del conocimiento y de productos culturales que nos diferencian en un contexto donde el mundo se globaliza y uniformiza, atrayendo a nuevos visitantes (en parte por el pasado que aquí se custodia).
En el Arquivo Distrital de Évora tenemos fondos cuyo destino era la basura. Tenemos otros que conservan sólo una mínima fracción de lo que en ellos existió. Fue posible evitar algunas pérdidas. Es esa “basura identitaria” la que sirve de base a muchos estudios científicos aquí realizados, y que explican buena parte de la Historia que va desde los monumentos del Distrito de Évora hasta los orígenes de muchos de quienes aquí viven y trabajan. Es una basura reciclada y reutilizada todos los días para los más diversos fines de la investigación científica y para reclamar derechos de naturaleza muy diferente.
Por eso, antes de mandar un papel “viejo” a la basura, recuerde que ese papel puede alimentar la sociedad del conocimiento y dar trabajo a muchos profesionales o… simplemente desaparecer.
Usted elige.
Jorge Janeiro, Director del Arquivo Distrital de Évora.
Traducción del texto, María Zozaya.
 Breve biografía

Jorge Janeiro nació en 1983 en Moura. Es licenciado en Historia y maestrado en Ciencias de la Información por la Universidad Nova de Lisboa (FCSH-UNL). Detenta un Curso de Estudos Avanzados en Gestión Pública (CEAGP) por el Instituto Nacional de Administracióno (INA) y tiene el maestrado en Administración Pública por el Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE). Atualmente es el Director del Arquivo Distrital de Évora.

 

Sugerencia de cita de este artículo:

Jorge Janeiro, “Arquivos: Caixotes de lixo identitario?”/Archivos, contenedores de basura identitaria?”, Sociabilidad y élites, http://sociabilidad.hypotheses.org/550, 28-10-2014,ISSN: 2444-8052.

 

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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Un archivo asociativo ejemplar

Por María Zozaya

Después de quince años estudiando asociaciones, María Zozaya se ha centrado recientemente la problemática de sus archivos. En su paper para el Congreso de EIA propuso  el archivo de la Sociedad Harmonia Eborense como un caso ejemplar de círculo que ha puesto sus documentos al servicio del bien público, paso que debian seguir otras asociaciones históricas.
Y es que el día a día de múltiples entidades sociedades europeas dedicadas al ocio desde 1840 fue generando una variada documentación, con sus gastos, ingresos, relaciones con los empleados o con personas particulares.  Actualmente, en la Península Ibérica existen muchos de esos archivos custodiados por dichas entidades (en el caso de que hayan perdurado hasta hoy en día, porque otros de asociaciones clausuradas se han perdido). El problema para el avance en el conocimiento y en la difusión del patrimonio es que normalmente son de difícil acceso y que algunos miembros de sus juntas directivas las intentan patrimonializar como bienes propios, cuando en realidad pertenecen a la historia común de cada región y pueden alumbrar notablemente sobre las formas de sociabilidad antiguas, a la par que enriquecer el patrimonio histórico de las propias entidades (esto sólo cuando algún investigador decide estudiarlas).
El caso portugués cuenta con un elevado número de asociaciones del siglo XIX y XX que sobreviven hoy en día. Se trata de círculos que ofrecen mayores facilidades de acceso que las españolas, lo mismo que los archivos que ellas custodian. Por ello se convierten en el punto idóneo de observación y, más en concreto, el caso de la ciudad de Évora. Patrimonio de la humanidad, cuenta con varias asociaciones del siglo XIX y XX que tienen aún vida en el siglo XXI, y que conservan sus archivos en sus sedes. Entre ellas, la Sociedade Harmonia Eborense realizó un patrón modélico cuando, después de mucho esfuerzo realizado por personas conscientes de su valor patrimonial, y del trabajo de diversos miembros de sus Juntas Directivas, lograron sus fondos pasasen a ver la luz pública. Lo hizo al dejar en tenencia su archivo de imágenes al Arquivo Fotográfico da Cámara Municipal de Évora, y su parte documental al Arquivo Distrital de Évora . Desde entonces, cualquier ciudadano puede consultar y estudiar sus fondos, citando siempre el origen de la fuente con la que se está trabajando.

A mi juicio, tales decisiones resultan de gran interés para que estos fondos privados pasen a formar parte del bien común. Primero, para fomentar este tipo de iniciativas que contribuyen a la preservación de la información (con su digitalización, según el caso). Segundo, es fundamental para que se realicen  investigaciones científicas, especialmente para renovar los estudios de sociabilidad, tan vigentes desde finales del siglo XX. Tercero, todo ello permitirá comprender el verdadero origen de la naturaleza societaria de comunidades que hoy en día se siguen manteniendo vigentes, aunque su realidad cotidiana haya variado bastante.

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Estas y otras ideas de su trabajo de investigación fueron expuestas por María Zozaya en la comunicación «A procura da luz. Os arquivos dos círculos associativos elitistas ibéricos do seculo XIX ao XXI: o caso exemplar da Sociedade Harmonia Eborense”. Pronto estará en la red. Tuvo lugar en el marco del Encontro Internacional de Arquivos, Instituições, Arquivos e Sistemas de Informação na Era pós-custodial, en la Universidad de Évora el 3 de octubre del 2014.

La propuesta de Zozaya contenida en la comunicación, realizada hace varios meses cuando se preparaba el Congreso EIA, ya ha tenido  un eco práctico, dado que el director del Archivo Distrital de Évora, el Doctor Jorge Janeiro, ha propuesto un registro de los archivos de las asociaciones portuguesas de la Circunscripción de Évora, y han procedido a un levantamiento de informaciones para localizar todos los posibles para pedir que dejen en tenencia sus fondos a dicho Archivo Distrital. Si conoce alguna asociación interesada, puede contactar con ellos aquí.

Sugerencia de cita : M. Zozaya, “Un archivo asociativo ejemplar”, Sociabilidad y Élites, Madrid, ISSN 2444-8052 [ http://sociabilidad.hypotheses.org/538],  20/10/2014.

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Foto: Congreso EIA, sesión que contó con la intervención de los contemporaneistas Fernando Gameiro y María Zozaya (derecha).

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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Sellos, marcas y escudos societarios. “Objetos com História”

Por María Zozaya 

La Sociedad Harmonia Eborense fue durante el siglo XIX una de las más representativas del Alentejo. Por ello cobran más importancia los elementos simbólicos a los que se pudo vincular. Durante las primeras fases de su creación (1849-1899) fue una asociación sin símbolos. Esto pudo estar motivado por la austeridad alentejana, por las  tendencias regionales seguidas en la época, pues hasta la primera parte del siglo XX no buscaron un emblema en un escudo.

¿Es lo mismo un signo que un símbolo o que un sello? Certeza que no. Esto lo sabían bien en las asociaciones y círculos elitistas fundados en el siglo XIX . Incluso algunos de ellos evitaron intencionadamente tener uno durante el siglo XIX. Eso es a mi juicio lo que sucedió en el caso concreto de la Sociedade Harmonia Eborense. Vayamos por partes.

En la década de 1830 surgían múltiples asociaciones al calor del Liberalismo político. Querían allanar los conflictos generados por las constantes luchas entre el mundo absolutista del Antiguo Régimen y el elemento liberal, entonces aún de naturaleza bastante moderada (1). Al calor del denominado “espíritu de sociabilidad” nacían múltiples círculos y clubes en toda Europa con nombres equivalentes de Círculo de la Unión, Sociedad de los Amigos, Club de Amistad , y otros equivalentes. Solían vincularse a sellos y símbolos que los representaban, manos implicando la unidad, o cadenas de fraternidad, o simplemente el nombre de la unión como leyenda  (2). A mi juicio, en ese contexto se enmarca en 1849 el nacimiento de la Sociedade Harmonia Eborense (SHE). Como se puede comprobar con diversos documentos del Archivo Distrital de Évora, durante todas las décadas iniciales de su trayectoria la institución se mantuvo sin sello ni emblema.

Entonces, fueron los signos lingüísticos los que codificaron su identidad simbólica hasta la altura de 1900. Primero, en el propio nombre de “Harmonia”, como se encuentra en diversos documentos del círculo y en su marca institucional por antonomasia, el sello. Segundo, con sus siglas, que representaron su marca de identificación de forma centenaria; éstas pueden encontrarse  en la entrada a la sede, en las puertas de la entidad, en una mesa y en diversos objetos cuyas imágenes restan en fotografías. Tercero, en los propios mayordomos de la institución, identificados normalmente con los emblemas de la entidad. Cuarto, otros elementos simbólicos como una tumba en el cementerio que María Zozaya ha descubierto con motivo de esta investigación, elemento simbólico que suponía la representación arquitectónica tras la muerte de  la presencia de la institución en la ciudad. Por último, algunos símbolos y emblemas creados de forma extraordinaria, y el emblema  finalmente creado después del primer tercio del siglo XX. Se trata de su actual blasón, el escudo de la SHE que remite al mundo del juego, constituyendo un emblema con los elementos aglutinadores de aquella entidad, nacidos del mundo del ocio en esa altura. El hecho de que se buscasen otro tipo de representaciones hasta la fecha y que después se catalizase en este aglutinador común del tiempo de ocio son también indicativos de la propia imagen que se quiso dar de la institución antes y después de aquella fecha. Todas estas cuestiones serán analizadas por María Zozaya el 3 de mayo en la Sociedad Harmonia Eborense, en las conferencias “Objetos con Historia” organizada por la Sección de Patrimonio de la SHE (17:30 horas, entrada libre).

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 Cartel realizado para la Sociedade Harmonia Eborense con invitaciones de la entidad (1890-1920), custodiadas por el Archivo Distrital de Évora.

Conferencia impartida por Maria Zozaya (CIDEHUS, U. Évora, FCT).

Referencias:

(1) María Zozaya, El Casino de Madrid, orígenes y primera andaduraMadrid: Casino de Madrid,  2002.  ISBN:84-607-6150-9; 280 pp. Dspace: http://hdl.handle.net/10174/8897

(2) María Zozaya, “Sociabilidad y Fraternidad. Influencias masónicas en la creación de círculos asociativos (1800-1850)” En: Ferrer y Benimelli, José María; y Fernando Martínez (Coords); La masonería española: represión y exilios. Almería: Universidad y Centro de Estudios de la Masonería, 2010. ISBN:978-84-8380-263-2; Volumen. II, Páginas: 1373-1390. Bájatelo en Dspace: http://hdl.handle.net/10174/8891

Sugerencia de cita de esta entrada:

María Zozaya, “Sellos, marcas y escudos societarios. objetos com história”, Sociabilidad y élites, ISSN 2444-8052, 02-05-2014, http://sociabilidad.hypotheses.org/197

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
Ver más: https://socyhume.hypotheses.org/ y https://corporativo.hypotheses.org/

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Un instrumento clave para leer textos antiguos: las buenas clases de paleografía

Por María Zozaya.

A menudo los escritores, humanistas y artistas buscan en textos antiguos para inspirarse en sus obras o realizar investigaciones para dotar de un contexto sus novelas, o directamente precisan usar los documentos como fuente esencial.

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Documento del Archivo Histórico de Protocolos de Cádiz. Foto: María Zozaya.

El problema a mi juicio es que, más que encontrarse con los textos, se enfrentan con ellos y no los saben descifrar ni descodificar. Incluso a menudo ni los propios historiadores están familiarizados con la paleografía debido a las fallas de la formación contemporánea. Por tanto, pese a estar ante un conjunto de documentos, el resultado puede ser el de la imagen de cabecera: un legajo cerrado, como si fuera indescifrable.

Conjunto de documentos de cuentas de la Sociedad Harmonia Eborense, fondo SHE. Foto: María Zozaya-Montes.

A la par, con la era de la informática, numerosos archivos se encuentran en la red, y de nuevo tanto legos como neófitos es común que no puedan usar esos recursos debido a que no saben entender sus contenidos. Leer y conseguir descifrar letras antiguas, aunque sean las recientes del siglo XIX, implica un conocimiento especilizado que tiene sus códigos y precisa de unas enseñanzas concretas. La inmensa ventaja es que una vez que se aprende a leerlas ya siempre se sabe, lo que permite enfrentarse a nuevos textos y letras de diferentes documentos. Es esencial aprender los trazos y saber descodificar sus abreviaturas, síncopas y otras tantas variantes. De otro modo los textos antiguos pueden quedar incomprensibles, perder parte de su verdadero sentido o, directamente, caer en el error de transcribir cuantiosos fallos de información por leer con erratas (es decir, confundir palabras y ponerlas errénamente) lo que lleva a exponer mal los contenidos.

 

Documento de la Real Chancillería de Granada (España). Foto: Leonor Zozaya. Tomado de su página web de paleografía.

Es esencial por tanto recibir clases de paleografía prácticas. Asimismo, buenas clases de paleografía. La persona más adecuada para enseñarla ha de tener vocación docente, capacidad de concrección y tener los conceptos clarísimos para, con su propio método didáctico, lograr enseñar a los neófitos y también los a legos las claves de la lectura (a menudo relacionadas con la escritura); condiciones todas ellas que reúne Leonor Zozaya-Montes, que además cuenta con una experiencia docente en la materia de un lustro en la Universidad Complutense. Es esencial encontrar un buen profesor en la materia que haga llegar de verdad sus saberes con generosidad, lógica y capacidad docente.

Documento tomado de la página web de Paleografía de Leonor Zozaya.

 

Con los cursos que Zozaya imparte en junio -y con cierta frecuencia en la red, donde cuenta con una página especializada sobre el tema– se pueden reforzar los conocimientos en esa herramienta tan esencial y paradójicamete tan olvidada en general en las carreras de humanidades, donde su enseñanza es frecuentemente de corte teórico en vez de práctico, y es lamentablemente impartida por gente que no tiene la suficiente cualificación (como más de uno ha sufrido en la licenciatura), cuando sin embargo esto es precisamente lo que necesita el humanista al acercarse a los archivos y los documentos antiguos para tener éxito en sus resultados.IMG2406

Sugerencia de cita de esta crítica:

María Zozaya, “Un instrumento clave para leer textos antiguos: las buenas clases de paleografía”,  Sociabilidad y Elites, ISSN 2444-8052, 19/06/2013.

Maria Zozaya

María Zozaya (Madrid, 1975) es doctora por la Universidad Complutense de Madrid, donde también realizó los grados de licenciatura y maestrado. Recibió los máximos galardones de Premio Extraordinario de Licenciatura y de Doctorado de Historia de la Universidad Complutense. Le otorgaron los premios de investigación Premio Villa de Madrid (PVM), Asociación de Historia Social de España (AHS), y Real Maestranza de Caballería de Ronda (RMR). Es autora de cinco libros y múltiples escritos. Ha expuesto sus investigaciones sobre sociabilidad en congresos en numerosos lugares del mundo, de Europa a Asia.
Es investigadora contratada FCT en el CIDEHUS, en la Universidad de Évora (Portugal: 2013-2019; 2019-2025) para estudiar espacios de sociabilidad. con anterioridad investigó en el CSIC-IH, En Duque de Medinaceli y Albasanz (Beca de investigación FPI, CSIC-I3P, y Caja Madrid). Tuvo un contrato postdoctoral Juan de la Cierva en la Universidad de Valladolid. Es codirectora del festival de patrimonio Heritales con el que consiguieron una mención especial en los Heritage in Motion Awards en la European Heritage Summit, Venecia en 2021 (https://heritales.hypotheses.org/).
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